O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu este sábado que as exigências do grupo Hamas para a libertação dos reféns são "alucinantes" e reiterou a intenção de invadir Rafah, no extremo sul de Gaza.
"As exigências do Hamas são alucinantes (...). Não podemos aceitar isso. Mas quando o Hamas abandonar estas exigências alucinatórias seremos capazes de avançar nas negociações", disse Netanyahu num discurso televisionado.
O líder político do grupo islamita Hamas, Ismael Haniye, tinha dito, horas antes, que não aceitará qualquer troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos se o Exército de Israel não se retirar de Gaza e terminar as hostilidades.
"A resistência não aceitará nada que não inclua a cessação completa da agressão, a retirada do exército de ocupação da Faixa", disse Haniye num comunicado.
Netanyahu continua a insistir na pressão total sobre o Hamas até que todos os reféns sejam libertados e o grupo palestiniano seja erradicado.
Sobre a crescente pressão internacional para que o Exército israelita não lance uma operação terrestre em Rafah, onde vivem 1,4 milhões de pessoas, na sua maioria deslocados, Netanyahu disse que desistir de tal operação significaria perder a guerra.
"Ontem falei novamente com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Falo todos os dias com os líderes mundiais. Digo-lhes com determinação: Israel lutará até alcançar a vitória completa. Sim, isso também inclui uma ação em Rafah, depois de permitir que civis em áreas de combate se desloquem para áreas seguras", disse o chefe de Governo israelita.
"Quem quiser impedir-nos de agir em Rafah está basicamente a dizer-nos que iremos perder a guerra. Eu não permitirei isso", assegurou Netenyahu, alegando que há espaço para que os civis sejam protegidos.
Por outro lado, relativamente à situação em que a Faixa de Gaza permanecerá após a guerra e sobre as vozes crescentes que apelam ao reconhecimento de um Estado palestiniano, Netanyahu mostrou mais uma vez a sua rejeição desta opção.
"Não nos renderemos aos ditames internacionais sobre a questão de um futuro acordo com os palestinianos (...) O acordo só será alcançado através de negociações diretas entre as partes, sem condições prévias. Israel, sob a minha liderança, continuará a opor-se firmemente ao reconhecimento unilateral de um Estado palestiniano", garantiu Netanyahu.