Mais de 218 mil migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo para a Europa, em Outubro, o que representa um recorde mensal e quase o mesmo número de travessias registado no ano passado, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O balanço mensal foi feito pelo porta-voz da
organização, lembrando que em Setembro foram registadas 172.843 entradas.
“O número é um recorde que bate todos os meses até agora e está muito perto do valor total de 2014”, ano em que fizeram a travessia 219 mil, segundo Adrian Edwards.
Apesar das más condições meteorológicas, milhares continuaram a chegar à Europa. A grande maioria chegou à Grécia (210 mil), principalmente à ilha de Lesbos, a partir da Turquia.
Em
Outubro, entraram 8.129 em Itália, contra mais de 15 mil para igual período no
ano passado. Os peritos atribuem esta quebra a uma alteração da rota dos
refugiados sírios que deixaram de passar pela Itália, alcançando a Europa
através de Turquia e da Grécia.
O ACNUR vai publicar até final deste mês os dados revistos em alta para o número de chegadas em 2015, uma vez que, até agora, mais de 744 mil migrantes e refugiados já chegaram à Europa.
A mesma organização estima que, entre este ano e o próximo, 1,4 milhões de pessoas atravessem o Mediterrâneo em busca de segurança e protecção.
Cerca de 3.440 pessoas morreram ou foram
dadas como desaparecidas na tentativa de atravessar o Mediterrâneo para chegar
à Europa. A maioria das mortes ocorreu no trajecto para Itália.
Para fazer face a esta crise, a Amnistia Internacional (AI) divulgou um plano para uma acção concertada em oito áreas destinado a responder às crises de refugiados e na sequência do que designa por "falhanço moral catastrófico" dos líderes mundiais.