A Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) alerta para que não se “incorra no crime de utilizar o serviço de voluntariado para encobrir postos de trabalho”.
O presidente da CPV, Eugénio da Fonseca, diz à Renascença que “é preciso algum cuidado” para que em tempo de crise, “altura em que acontece também a tragédia do desemprego, não haja nenhum empreendedor social ou de qualquer outra instituição que integra voluntários a incorrer no crime de utilizar o serviço de voluntariado para encobrir postos de trabalho que se possam gerar”.
Esta advertência é lançada a propósito da iniciativa que vai selecionar um município português como "Capital Portuguesa do Voluntariado", que tem como “objetivo fundamental reconhecer esta forma de praticar a cidadania que muitas vezes não é valorizada como devia ser”.
“Como o voluntariado tem a sua expressão maior a nível local, procuramos fazê-lo impulsionando os municípios e já são alguns no nosso país a mostrarem o muito o que se faz de forma benévola em favor do bem comum”, acrescenta.
Eugénio da Fonseca adianta que em Portugal deverá haver mais de um milhão de voluntários e defende a necessidade de revisão do conceito de voluntario, porque “há muito voluntariado que nós chamamos de ocasional e, por isso, há que até rever a lei que já conta com 20 anos de existência”.
“Em 20 anos, muita coisa acontece e uma das coisas que temos que ver é o próprio conceito de voluntariado. Nele têm que ser incluídas essas formas de fazer voluntariado que, não estando sinalizadas, também têm que ser valorizadas”, reforça.
Os municípios interessados em participar na candidatura para a escolha da "Capital Portuguesa do Voluntariado" têm até 2 de junho para apresentar um Plano Estratégico e um Programa de Atividades para 2024 centrado em iniciativas de voluntariado.
Com 16 anos de existência, a CPV tem como finalidade representar os voluntários de Portugal e as suas organizações. Atualmente, congrega 43 organizações de voluntariado