O PSD diz que há responsabilidades que vão além da ministra do Trabalho e da Segurança Social, no caso das mortes no lar de Reguengos de Monsaraz.
Em declarações à Renascença, David Justino, vice-presidente do partido, fala numa teia de ligações partidárias nas estruturas da administração local do Alentejo e diz que António Costa deve explicações, quer na forma como o governo lidou com o surto da Covid-19, como sobre o que diz ser uma teia de ligações partidárias.
Para o social-democrata, António Costa “tem a responsabilidade da coordenação entre Ministérios e, neste caso de Reguengos, a coordenação entre os Ministérios não foi a melhor, como já foi patente pela entrevista da senhora ministra do Trabalho e da Segurança Social”.
“Isto quer dizer que, claramente, ninguém quer assumir responsabilidades”, sublinha o vice-presidente do PSD, que também estranha o que parecem ser diferenças nas respostas dadas em relação a outros municípios do país.
“Há municípios que fazem cercas sanitárias e para outros não, quando as situações, às vezes, são muito mais graves. A forma como têm sido tratados os lares de idosos, de uma forma geral, e, acima de tudo, neste caso em particular em Reguengos de Monsaraz, sugere que há responsabilidades que não foram devidamente concretizadas e assumidas”, refere.
A polémica surgiu por causa da aparente relativização que a ministra Ana Mendes Godinho faz do impacto da pandemia de Covid-19 nos lares em Portugal, que compara também com outros países europeus, e por ter afirmado que não leu o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto em Reguengos de Monsaraz.
Na sequência destas declarações, o CDS veio pedir a demissão da ministra e o PSD uma audição parlamentar urgente.
Na mesma entrevista, a ministra da Segurança Social defende o reforço na “aposta nos recursos humanos do setor social” e numa “numa nova geração de respostas sociais, mais vocacionadas para um envelhecimento ativo e saudável”.
Ana Mendes Godinho diz ainda que devemos retirar lições da pandemia, “até em termos de regras de construção” de novos lares, “para garantir, por exemplo, o isolamento sempre que necessário”.