FMI transfere 27 milhões para a República Centro Africana
10-07-2018 - 00:51

Esta transferência eleva para 105,2 milhões de euros o total transferido ao abrigo deste programa de apoio prolongado no tempo aos países com problemas na balança de pagamentos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que vai transferir o equivalente a 27,3 milhões de euros para a República Centro-Africana, no contexto do programa de concessão de facilidades de crédito (ECF, na sigla em Inglês).

Este programa fornece um apoio prolongado no tempo aos países com problemas na balança de pagamentos e esta transferência eleva para 105,2 milhões de euros o total transferido ao abrigo deste programa.

No texto em que divulga esta decisão, disponibilizado no sítio do FMI na Internet, o subdiretor do fundo, Tao Zhang, realçou "as desafiadoras condições de segurança e as difíceis condições humanitárias" que se vivem no país.

Desde 2013 que a quase totalidade do país é controlado por grupos armados e milícias, que cometem violências e abusos sem fim. Uma missão da Organização das Nações Unidas (Minusca), presente no país desde 2014, e um exército nacional, em formação, procuram restabelecer a ordem.

O governo do Presidente Faustin Touadera, um antigo primeiro-ministro, que venceu as presidenciais de 2016, controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por pelo menos 14 milícias, que, na sua maioria, procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros) e abate de elefantes para vender o marfim.

O conflito neste país, que tem o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.

Portugal está presente no país, no quadro da missão da ONU, a Minusca, com a 3.ª Força Nacional Destacada Conjunta, composta por 159 militares, dos quais 156 do Exército, sendo 126 paraquedistas, e três da Força Aérea, que iniciaram a missão em 05 de março de 2018 e têm a data prevista de finalização no início de setembro deste ano.

Os 159 militares que estão no terreno compõem a Força de Reação Rápida (QRF) da Minusca e têm a sua base principal na capital, em Bangui, junto ao aeroporto, e já estiveram envolvidos em quase duas dezenas de confrontos.