O presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, e a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, continuam em funções, e não conhecem os prazos previstos para a destituição, segundo uma comunicação enviada esta quinta-feira pela empresa à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"Apesar da aludida intenção do acionista da TAP, o PCA [presidente do Conselho de Administração] e a PCE [presidente da Comissão Executiva], na medida em que, tanto quanto a TAP tem conhecimento, não foi ainda adotada qualquer deliberação pelo acionista, continuam em funções, nos termos da lei, cumprindo as responsabilidades inerentes aos respetivos cargos", lê-se num esclarecimento enviado pela TAP à CMVM, na sequência da divulgação do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis.
Segundo o esclarecimento enviado ao mercado, a TAP também não foi ainda informada sobre "eventuais outras alterações pretendidas pelo acionista na composição do seu órgão de administração", que tem mandato até 2024.
Relativamente à devolução, determinada pela IGF, de cerca de 450 mil euros, dos 500 mil que Alexandra Reis recebeu pela saída antecipada da companhia aérea, "a TAP encontra-se já a adotar diligências necessárias no sentido da devolução do montante indevidamente pago, sem prejuízo da eventualidade de virem a ser dadas pelo acionista, nos termos legais, instruções concretas sobre esta matéria, que serão integralmente cumpridas".
De acordo com a nota enviada ao mercado, a TAP foi informada, através de uma comunicação enviada pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), de que iriam ser encetados "de imediato os procedimentos tendentes à destituição por justa causa" do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, e da presidente da Comissão Executiva, Christine Ourmières-Widener, "de todas funções de administração exercidas em sociedades do universo TAP".