Os jovens apresentam piores valores de saúde mental em comparação com as pessoas mais velhas, nomeadamente no que diz respeito a estados de ansiedade, disse Carla Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
“Os mais novos, neste momento, desde maio que se destacam das outras classes etárias. Enquanto até agora tinham um padrão crescente e decrescente, neste momento têm uma tendência claramente crescente e desfasada das outras faixas etárias”, declarou a especialista na reunião no Infarmed.
Comparando com setembro de 2020, nós temos mais ou menos os mesmos valores globais: 17% dizem que todos os dias ou quase todos os dias se sentiam agitados, ansiosos ou tristes, mas a distribuição nas faixas etárias é completamente distinta, sublinha.
"O valor global é quase igual, mas é realmente um desequilíbrio entre os mais novos e os mais velhos que mudou desde setembro de 2020", afirma Carla Nunes.
A perceção de risco de ficar infetado com Covid-19 foi oscilando ao longo do tempo. “Houve valores mais elevados entre setembro de 2020 e janeiro deste ano”, com valores mais homogéneos entre as faixas etárias.
“Os mais novos e os mais velhos estão neste momento mais juntos, com valores mais semelhantes. Todas as outras mais etárias têm valores na ordem dos 49% e os mais novos e os mais velhos com valores mais baixos”, frisou.
Em relação a setembro de 2020 nós tínhamos uma maior perceção de risco de ficar infetado (66,6%) e agora temos 48,7%, adianta Carla Nunes.
Causou “mais estranheza” a variável de perceção de desenvolver sintomas de doença severa ou complicações em caso de infeção.
A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa esperava uma "queda maior" “tendo em conta tudo o que sabemos neste momento", relativamente a armas de combate à pandemia como a vacinação.