Bruno de Carvalho apresentou-se como comentador desportivo perante o tribunal de Monsanto, no arranque do julgamento ao ataque da Academia do Sporting, em Alcochete, esta segunda-feira.
Foi essa a resposta dada pelo ex-presidente do Sporting, que comenta o futebol português na "Rádio Estádio", na sala de audiências, quando questionado sobre a profissão que desempenha atualmente.
Bruno de Carvalho está acusado, como autor moral, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo, mais um crime de detenção de arma proibida agravado.
Embora seja liderado pelo coletivo de juízes do Tribunal de Almada, com Sílvia Pires como presidente, o processo vai decorrer no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, por "questões de logística e de segurança".
Contexto do caso
No total, estão acusados 44 arguidos, incluindo Bruno de Carvalho, o líder da claque Juventude Leonina (Juve Leo) Nuno Mendes, conhecido por "Mustafá", e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos.
Bruno Jacinto é o único dos 44 arguidos que vai prestar declarações ao tribunal. Bruno de Carvalho deverá fazê-lo no final. Os restantes 42 arguidos preferiram remeter-se ao silêncio.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à Academia do Sporting, o Ministério Público imputa-lhes na acusação a coautoria 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Estes 41 arguidos vão responder, ainda, por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de introdução em lugar vedado ao público.
A Bruno Jacinto e "Mustafá", são imputados os mesmos crimes de Bruno de Carvalho, com o acrescento de um crime de tráfico de estupefacientes para o líder da Juventude Leonina.