O bispo de Ourense pediu, na noite desta segunda-feira, a intercessão de Nossa Senhora para que, neste tempo de pandemia, não se perca a esperança.
D. José Leonardo Lemos Montanet falava na homilia, em Fátima, durante a celebração da Palavra, após o Terço, na Capelinha das Aparições.
“Que as nossas orações cheguem ao Imaculado Coração de Maria, Senhora de Fátima, e rogamos-lhe as dores, tribulações e angustias que o mundo inteiro sofre neste tempo de pandemia, não nos façam perder a esperança”, pediu D. José Leonardo Lemos Montanet falava na homilia durante a celebração da Palavra, após o Terço, na Capelinha das Aparições.
“Hoje temos saudades da multidão de peregrinos que estiveram em anos anteriores neste mesmo lugar e tempo, vindos de todas as partes do mundo”, porém este recinto continua a ser, sublinhou, “lugar de oração e, sobretudo, de silencio impressionante que na situação sanitária em que vivemos recupera um significado especial.”
A pandemia dominou, de resto, a homilia do prelado que afirmou ser “muito difícil escutar a Deus na agitação e nas festas descontroladas”, por isso, é necessário “encontrá-lo no meio da vida porque a nossa religião é a religião da vida e não da morte”, enfatizou.
Para o prelado galego, “somos uma vida valiosa e única nas mãos de Deus” e cada pessoa “é amada pelo que é e não pelo que possui.”
“Deus quer vida, cria vida, dá vida”, salientou. “Desde a sua conceção no seio da mãe, até ao momento em que o Senhor lembra de nos levar a seu lado”, toda a vida tem sentido e “deve ser respeitada, amada tal como é”, sendo “missão da Igreja defender sempre e em todas as partes o precioso dom da vida humana.”
Da homilia desta noite de 12 de julho, inicio da Peregrinação Internacional Aniversária, que evoca a terceira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos em 1917, o bispo de Ourense pediu, ainda, aos presentes para rezarem pelos jovens e crianças.
“Para que sejam fortes, e que a luz da fé brilhe com um novo fulgor nas suas vidas tantas vezes quebradas pelo egoísmo, ruturas e violências no seio do lar, pelas falsas utopias que lhes oferecem as ideologias de ontem e de agora, e que tantas vezes causam nas suas vidas muita dor e deceção, e às vezes até à morte prematura”, aludiu.
“Bendita és tu Maria porque levaste no ventre a Salvação do mundo. O único capaz de dar sentido às nossas vidas e também ao nosso mundo incrédulo e materialista, nesta época de tão cruel pandemia”, acentuou o bispo espanhol, mostrando-se muito honrado por poder presidir a estas celebrações, no país que se deu “a todo o mundo”, com uma vocação mariana “popular e mais importante do século XX”, para a Igreja universal, “como reconheceram vários Papas.”
De Fátima para Roma, o prelado enviou também uma “oração pelo Papa Francisco, para suplicar ao bom Deus a sua pronta recuperação.”
Após a homilia de D. José Leonardo, seguiu-se a tradicional procissão das velas, desta vez, menos numerosa por causa das restrições sanitárias impostas pela Covid-19.
No entanto, esta é a primeira vez, este ano, que o Santuário de Fátima recebe grupos estrangeiros numa Peregrinação Internacional Aniversária.
São 12, no total: um de Portugal, um da Croácia, dois de Itália, quatro de Espanha, dois da Polónia, um de França e um outro da Venezuela.
Esta terça-feira, dia 13, o Terço será rezado às 09h00, seguindo-se a missa às 10h00.
Durante a celebração vai ser proferida a Palavra ao Doente, terminando a peregrinação com a Procissão do Adeus.
Sempre com a pandemia bem presente, o Santuário de Fátima mantém todas as medidas de segurança para esta peregrinação de julho.