O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda ao Governo que aplique medidas de austeridade de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de modo a conseguir cumprir a meta do défice de 2016.
À percentagem de 0,5 do PIB correspondem cerca de 900 milhões de euros.
Para o FMI, a meta de reduzir o défice para os 2,2% em 2016 (depois de em 2015 ter ficado nos 4,4% incluindo a recapitalização do Banif) "parece estar em risco na ausência de medidas adicionais que apoiem a restrição da despesa".
Em concreto, a instituição refere que "é provável que surjam pressões sobre a despesa" decorrentes, por exemplo, do regresso às 35 horas de trabalho semanais da maioria dos funcionários públicos no início de Julho e da reversão gradual dos cortes salariais na função pública que tem vindo a ser feita desde Janeiro e diz mesmo que "o aumento dos pagamentos em atraso e da dívida não financeira entre Janeiro e maio, em particular nos hospitais, já sugere que podem estar a formar-se pressões na despesa".
Assim, a instituição liderada por Christine Lagarde mantém que "na ausência de medidas adicionais", o défice orçamental de Portugal será de 3% este ano, acima dos 2,2% que o Governo continua a defender.
Mas a dificuldade em alcançar esta meta não é o único risco identificado, com o FMI a apontar "três grandes áreas de fraqueza" em Portugal: o sector bancário, as perspectivas macroeconómicas e os já mencionados desafios nas finanças públicas.