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O Infarmed e a Direção Geral da Saúde (DGS) recomendam a suspensão da utilização da hidroxicloroquina no tratamento de doentes com Covid-19, foi anunciado esta quinta-feira.
A decisão "está em linha com a decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), na sequência da publicação de dados que questionam a segurança e a eficácia deste medicamento", explicam o Infarmed e a DGS, em comunicado.
As duas instituições referem que a cloroquina e hidroxicloroquina começaram por apresentar "resultados promissores em laboratório”, por inibirem o vírus SARS-COV-2 in vitro, “parecendo a hidroxicloroquina ter uma atividade antiviral mais potente”.
“A utilização da cloroquina e hidroxicloroquina foi preconizada por diversas linhas de orientação clínica internacionais”, no entanto, na sequência de um estudo com mais de 90 mil doentes com Covid-19, a OMS decidiu suspender um ensaio clínico a decorrer em vários países.
“Este ensaio estava a decorrer em vários países e ainda estava em fase de implementação em Portugal, onde não houve doentes incluídos até à data”, sublinha o comunicado.
As duas instituições alertam que as novas recomendações aos médicos "só dizem respeito ao uso na Covid-19, sendo que os doentes que estavam a ser tratados com hidroxicloroquina para outras patologias, doenças autoimunes como lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide e malária, para as quais estas moléculas estão aprovadas, não devem interromper o seu tratamento, que nestas situações se mantem seguro, desde que devidamente acompanhado pelo médico assistente".
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, tinha afirmado, ao início da tarde, que uma decisão seria conhecida ainda durante o dia de hoje.
A decisão foi tomada depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter anunciado, na semana passada, a suspensão temporária dos ensaios clínicos com hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 por razões de precaução e segurança.
A suspensão aconteceu após um estudo sugerir que os antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina podem aumentar o risco de morte e arritmias em doentes hospitalizados com covid-19, defendendo que o seu uso como antivirais deve ser devidamente testado antes de tratar pacientes.
O estudo, divulgado pela revista médica britânica The Lancet, baseou-se na observação de dados de 14.888 doentes hospitalizados com covid-19 (infeção respiratória viral) que foram tratados com um ou ambos os medicamentos para a malária, combinados ou não com a administração dos antibióticos azitromicina e claritromicina, utilizados no tratamento de infeções pulmonares bacterianas.
A toma da hidroxicloroquina é defendida pelo Presidente norte-americano. Donald Trump confessou que estava a tomar o fármaco para prevenir a Covid-19, apesar da falta de evidências científicas.
[notícia atualizada]