O presidente da Câmara da Moita acredita que, ainda nesta quinta-feira, possam ser normalizados alguns dos serviços afetados pelo ataque informático, nomeadamente o carregamento de passes.
“O prioritário são os serviços de atendimento ao público, das escolas, nomeadamente o carregamento dos passes. Estes já ficarão disponíveis. No que diz respeito aos nossos balcões, também acreditamos que possa ser para breve, mas para o resto dos serviços é uma questão de algum tempo”, refere Carlos Albino à Renascença.
A autarquia ficou sem acesso ao sistema informático na quarta-feira, na sequência de um ataque informático.
“Na prática, traduz-se pelo facto de entrarem nos nossos servidores e tentarem encriptar tudo o que é possível encriptar e depois pediram um resgate, a exemplo do que tem acontecido em múltiplas entidades, sejam públicas ou privadas”, explica o autarca.
Carlos Albino garante que o município tem “’backups’, que nos permitem salvaguardar um conjunto alargado de informação, sendo certo que num computador ou outro pessoal, em que haja uma pasta ou outra também de trabalho, nem tudo será recuperável”. Ainda assim, acredita “que grande parte da informação será recuperável”.
Este é mais um caso de “ransomware”, ou seja, os piratas pediram dinheiro em troca dos dados confiscados. Mas o presidente da Câmara nem quis saber o valor.
“A indicação que pedem é em bitcoins, mas nem nos interessou saber o valor do pedido de resgate, porque nem me passa pela cabeça ceder a esse tipo de situações. Primeiro, estamos a falar de dinheiro público e, por outro lado, a PJ dá indicação para que não se faça qualquer tipo de resgate. Acho que isso não passa pela cabeça de ninguém”, afirma.
A Câmara Municipal da Moita, distrito de Setúbal, foi alvo de um ataque informático na quarta-feira, tendo sido acionados de imediato os meios para averiguar o problema, garante a autarquia no comunicado emitido na altura, no qual indica ainda que está a trabalhar em conjunto com o Centro Nacional de Cibersegurança e a Polícia Judiciária.
Na terça-feira, foram registados ataques semelhantes ao hospital Garcia de Orta, em Almada, ao Jornal Económico e à Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA).