Cerca de 500 pessoas juntaram-se esta quinta-feira às milhares que já foram obrigadas a abandonar as suas casas na ilha espanhola de La Palma, quando um rio de lava se aproximou de uma povoação junto à costa, revelaram as autoridades.
Juan Miguel Rodríguez, presidente do município de Tazacorte, disse em declarações a televisão pública espanhola (RTVE) que os serviços de emergência ajudaram cerca de meio milhar de pessoas a abandonar as suas casas na última madrugada.
Um total de cerca de 7.500 pessoas já foram assim forçadas a fugir desde que o vulcão Cumbre Vieja começou a entrar em erupção, há mais de um mês.
"Já existe um certo grau de desânimo e desespero, à espera que a força do vulcão diminua", disse Juan Miguel Rodríguez.
Apesar de a maior parte da ilha, de 85.000 habitantes, não estar a ser afetada pela erupção, parte da população que vive no lado ocidental tem assistido ao avanço da lava e à destruição das suas casas e dos seus meios de subsistência.
O vulcão entrou em erupção em 19 de setembro, já devastou 866,1 hectares e destruiu 2.185 edifícios e ameaça outros 76, de acordo com medições feitas na última noite com a ajuda do sistema de satélites europeu Copernicus.
Por outro lado, o número de quilómetros de estradas destruídas aumentou para 62,6, desde o início da erupção da Cumbre Vieja.
A economia de La Palma tem por base o turismo e as plantações de bananeiras, tendo o Governo espanhol prometido disponibilizar milhões de euros para ajudar a reconstruir as infraestruturas danificadas.
Entretanto, a atividade sísmica aumentou ligeiramente nas últimas horas na ilha de La Palma, tendo sido registados 38 tremores de terra desde as 0h00 até ao início da manhã, segundo dados do Instituto Geográfico Nacional espanhol.
O de maior magnitude na Escala de Richter, de 4,3 graus, teve lugar na povoação de Villa de Mazo, a uma profundidade de 37 quilómetros, e foi sentida pela população.
Peritos do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca) já tinham alertado na quarta-feira para a possibilidade de novos terramotos desta intensidade, após terem sido sentidos esta semana e na passada vários com 4,8 graus de intensidade, os de maior magnitude desde que a erupção começou.