​Cheias “alagam” alguns terrenos da JMJ, mas obra não deve atrasar
17-12-2022 - 08:00
 • Tomás Anjinho Chagas , Maria João Costa

Lisboa e Loures admitem estragos provocados pela intempérie. Há terrenos onde a Jornada Mundial da Juventude vai decorrer que ficaram “alagados”. Governo garante que “está tudo bem na zona ribeirinha”.

A oito meses daquele que deve ser o maior evento de sempre em Portugal, as chuvas intensas e as cheias em Lisboa provocaram “constrangimentos” nas obras para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ2023). O cenário de dificuldades é assumido pelas autarquias de Lisboa e Loures.

“As obras estão bem”, assegura o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, em declarações à Renascença. “Obviamente que nestes dias eu tive de mobilizar vários meios para ajudar. Mas isso não tem qualquer influência sobre o evento”.

Antes de entrevistar o autarca lisboeta, a Câmara Municipal de Lisboa admitiu que as chuvas intensas tiveram impacto, mas nada que “não seja reparável”. Na resposta oficial, o município liderado por Carlos Moedas garante que as consequências de “uma grande chuvada” não vão “atrasar a obra no Parque Tejo”.

É precisamente neste parque, junto ao Rio Tejo, que se prevê que o Papa Francisco marque presença em agosto de 2023. Por esta altura constrói-se a ponte sobre o Rio Trancão (afluente do Tejo), fazem-se os parcelamentos e termina-se a retirada de contentores. A autarquia lisboeta garante que o planeamento da Jornada Mundial da Juventude “está muito sólido e não registou nenhum atraso em nenhuma das suas obras”.


Em Loures a chuva também constitui um grão na engrenagem de uma obra que já está em curso há alguns meses. “Obviamente que uma intempérie desta natureza causa sempre interferência nos locais de trabalho ao ar livre, condicionando o seu normal decurso e causando alguns constrangimentos que não sendo de monta obrigam a uma nova intervenção em alguns dos locais”, pode ler-se numa resposta oficial enviada à Renascença.

A precipitação intensa obrigou o município a “deslocar equipamentos do local da obra” do terreno da Petrogal para ser usado em zonas que foram invadidas pela água. A autarquia encabeçada por Ricardo Leão assume que “há algumas zonas pontuais alagadas, tendo em conta a enorme quantidade de água que caiu, e a incapacidade imediata do solo na sua absorção”, mas acredita que não se trata de prejuízos.

Apesar dos estragos, a Câmara de Loures assegura que, “para já, não se estima qualquer atraso” nas obras que decorrem no terreno que vai receber a Jornada Mundial da Juventude, e descarta a necessidade de “um apoio específico para esta situação” da parte do Governo.

Menos incómoda foi a situação para Oeiras. O concelho vai receber um dos eventos da JMJ, que deve acontecer no palco do Nos Alive – que acontece na semana anterior no Passeio Marítimo de Algés. Em resposta à Renascença, a Câmara liderada por Isaltino Morais afirma que os efeitos do mau tempo “não têm influência” no andamento das obras que “não sofreram” com a intempérie.

Da torre de controlo-gabinete do coordenador da JMJ2023, José Sá Fernandes, as notícias também são otimistas. Contactado pela Renascença, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo assegura que “está tudo bem na zona ribeirinha” que vai ser o principal palco da Jornada Mundial da Juventude, em agosto do próximo ano.