As autoridades belgas realizaram esta quinta-feira uma operação antiterrorista em Courtrai, na região da Flandres, muito perto da fronteira com França.
Polícias e militares realizaram buscas num terreno, segundo informações avançadas pela procuradoria federal da Bélgica.
"A investigação foi conduzida em parceria entre equipas de investigadores belgas e franceses", refere a mesma fonte.
Ninguém foi detido nestas buscas. Não foram revelados mais pormenores sobre a operação, nomeadamente se foram encontradas provas de ligações a actividades terroristas.
As buscas desta quinta-feira estão relacionadas com Reda Kriket, de 32 anos, o suspeito detido na semana passada em Paris, por suspeita de estar a preparar um ataque "iminente".
Na quarta-feira, o alegado
jihadista, principal suspeito na investigação de um projecto de
atentado frustrado em França, foi formalmente acusado de associação de
malfeitores, por ligação a uma organização terrorista criminosa.
Já condenado na Bélgica no âmbito de um caso de terrorismo e suspeito de ter estado nas fileiras do grupo extremista Estado Islâmico na Síria, Reda foi detido na região de Paris. No apartamento, a polícia encontrou espingardas de assalto, pistolas e explosivos, incluindo TATP, o explosivo artesanal de eleição dos jihadistas.
Este caso é distinto da investigação sobre os atentados de Paris e Bruxelas, embora tenham sido estabelecidas algumas ligações entre os protagonistas.
Um outro suspeito, Anis B., que se crê ter sido mandatado pelo autodenominado Estado Islâmico para cometer um atentado em França com Reda Kriket, foi detido no domingo em Roterdão, na Holanda, e é alvo de um mandado de prisão europeu emitido por juízes franceses.
Três explosões foram registadas dia 22 em Bruxelas: duas no aeroporto internacional de Zaventem e uma na estação de metro de Maelbeek, junto às instituições europeias, no centro da capital. Os ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O Ministério da Saúde belga actualizou para 35 o número de mortos nas explosões no aeroporto e no metro em Bruxelas. Deste balanço, fazem parte três dos atacantes. Há ainda a registar mais de 300 feridos.
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou os atentados em Paris de 13 de Novembro que causaram 130 mortos, 90 das quais no Bataclan, e mais de 350 feridos. Os ataques ocorreram em vários locais da cidade, entre eles um café e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as selecções de França e da Alemanha.
[notícia actualizada às 19h28]