Cerca de 60% das discotecas, encerradas há ano e meio devido às medidas sanitárias contra a pandemia, já não vão reabrir, de acordo com o presidente da Associação Nacional de Discotecas (AND), em declarações à Renascença, esta quarta-feira.
José Gouveia denuncia que este número pode ser "muito mais elevado" se os espaços noturnos continuarem a não receber os apoios prometidos pelo Estado.
"Nós tivemos apoios em fevereiro, referentes a março de 2020, já esses insuficientes. Outros apoios foram anunciados, entretanto, mas não chegaram às empresas", denuncia.
A AND considera que a indústria da noite "precisa de apoios para reabrir" e que outros serão necessários, já depois da retoma da atividade.
"Alguns estabelecimentos vão fazer um esforço suplementar junto dos seus empresários, enquanto muitos outros já não têm como. O Estado tem que apoiar pelo facto de já estarmos fechados há 18 meses e do setor necessitar de uma reabilitação e de uma readaptação", apela José Gouveia, em conversa com a Renascença.
Questionado sobre possíveis expetativas para a reunião de especialistas no Infarmed, esta quinta-feira, o presidente da AND diz que "não entende a razão desta reunião".
"As reuniões do Infarmed dizem muito pouco ou nada, a partir do momento em que os especialista já deram luz verde duas vezes para as discotecas abrirem e António Costa insiste em mantê-las encerradas", considera.
"Para nós nada muda. Existia um plano traçado e já estamos a chegar à terceira fase e parece que o Governo vai voltar a falhar o compromisso", acrescenta.
José Gouveia diz ainda "não ter fé" que as discotecas reabram para a semana, altura em que se espera que Portugal atinja a marca dos 85% de cidadãos com a vacinação completa.