Bonés “Make America Great Again" de Trump são “made in” China
24-01-2017 - 19:22

Muitos dos milhares de apoiantes que assistiram à tomada de posse do novo Presidente dos EUA envergavam o já icónico, sem saberem que são fabricados bem longe e a custos reduzidos na China, Vietname e no Bangladesh.

“Comprar americano e contratar americano” foi uma das frases sonantes do discurso de tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos, mas as palavras de Donald Trump encerram uma ironia.

Muitos dos milhares de apoiantes que assistiram à cerimónia, em Washington, envergavam os já icónicos bonés com o slogan de campanha “Make America Great Again" (Tornar a América grande outra vez). Mas os chapéus de baseball são fabricados bem longe e a custos reduzidos na China, Vietname e no Bangladesh.

Alguns dos admiradores de Donald Trump ficaram surpreendidos ao descobrir que o boné que lhes protegia a cabeça não era “made in” Estados Unidos.

Foi o caso de Rob e Abby Walker, um casal que viajou da Georgia para assistir à cerimónia de tomada de posse, que decorreu na passada sexta-feira.

A caminho de Washington pararam numa estação de serviço para comprar um chapéu “Make America Great Again”.

“Oh meu Deus. Espero que não seja fabricado na China”, disse Abby, que depois de ver a etiqueta exclamou: “China?! Não acredito”.

O chapéu de Trump custa entre 25 e 30 dólares no site da campanha do novo chefe de Estado e é um sucesso de vendas. Mas há versões mais baratas nas lojas de rua, onde os preços rondam os 20 dólares.

Joshua Rojas e Alyssa Young viajaram do Texas para assistir ao momento histórico da tomada do 45º Presidente da história dos EUA.

Alyssa tem um boné "Make America Great Again", cor-de-rosa. “Amei-o assim que o vi. Comprei-o logo por 20 dólares”, conta à agência Reuters.

Questionada sobre a origem do produto, a texana confessou que não sabia. Tirou o chapéu para confirmar e a reacção foi de surpresa: “Oh não. É fabricado no Vietname”.

Mas Trump promete mudar o paradigma. No discurso de 20 de Janeiro fez a apologia do proteccionismo económico e defendeu a ideia de “comprar americano e contratar americano”.

Na segunda-feira, o novo Presidente retirou os Estados Unidos no Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP, na sigla inglesa), revogando um acordo que fazia parte do legado de Obama.