O comissário Europeu para a Investigação e Ciência, o português Carlos Moedas, admite que será inevitável um corte de fundos europeus para Portugal.
“Nós lançámos este orçamento que é um orçamento de aposta no futuro e que vai aumentar muito aquilo que é o investimento na inovação e na ciência, mas, infelizmente, temos menos um país, ou seja, sem o Reino Unido isso vai ter um efeito naquilo que eram as grandes linhas do orçamento, entre elas a agricultura e os fundos estruturais e, portanto, vamos realmente ter que reduzir”, diz Carlos Moedas, em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença.
Carlos Moedas lembra, no entanto, que essa tendência pode ser invertida, se os Estados-Membros assim o entenderem. “Se os países decidirem pôr mais dinheiro, então isso não acontece. As pessoas confundem a Europa com a Comissão Europeia, isso é uma decisão dos países, os países são Europa”, recorda.
Mesmo com dificuldades e desafios, como o Brexit, Carlos Moedas que o projeto europeu “é irreversível”.
“É um projeto de paz, é um projeto em que todos aqueles que estão neste projeto, toda esta geração Erasmus, quer continuar a viajar sem passaporte”, diz, lembrando que atualmente há “1,7 milhões de pessoas que passam a fronteira todos os dias. Estão num país, vão trabalhar noutro, voltam à noite para casa”.
O português refere ainda que, também no plano mundial, a Europa precisa de estar unida.
“Nós queremos continuar na Europa e queremos uma Europa que seja forte, porque, quando temos os Estados Unidos de um lado e temos a Ásia com a China do outro lado, a Europa tem de estar unida”, remata.