As maternidades da região de Lisboa e do sul do país estão todas a funcionar a meio gás e as grávidas andam a “saltar de hospital em hospital”, afirma o presidente da secção regional Sul da Ordem dos Médicos.
O “Correio da Manhã” noticia a morte de um bebé de uma mulher grávida, com 32 semanas de gestação, e que teve de ser transferida de Faro para o Amadora-Sintra, em Lisboa, por insuficiência de recursos no Algarve.
Sem querer referir-se ao caso em concreto, o presidente da secção regional Sul da Ordem, Alexandre Valentim Lourenço, lamenta que não tenham sido tomadas medidas para assegurar um funcionamento adequado das maternidades durante o período do verão.
Em declarações à agência Lusa, o médico obstetra lembrou que faltam profissionais no período do verão em todas as maternidades e serviços obstetrícias do sul do país.
O representante da Ordem dos Médicos no sul do país indica que a maioria dos obstetras já entregou pedidos de escusa de responsabilidade, o que fará com que as responsabilidades por eventuais acidentes por falta de meios recaiam sobre os responsáveis hospitalares ou mesmo sobre o Ministério da Saúde.
Segundo Alexandre Valentim Lourenço, terão de ser os diretores hospitalares e dirigentes do Ministério da Saúde a ser responsabilizados por falhas de organização nas maternidades.
A agência Lusa contactou o Hospital Amadora-Sintra e o Ministério da Saúde para tentar obter mais esclarecimentos sobre o bebé que acabou por morrer mas ainda não obteve resposta.
Hoje, o Sindicato Independente dos Médicos pediu à Ordem dos Médicos para avaliar disciplinarmente os responsáveis clínicos dos hospitais que elaboram escalas de urgências sem o número adequado de profissionais.