Milhares de manifestantes marcharam em Myanmar (antiga Birmânia) no domingo pedindo uma “revolução da primavera”. As forças de segurança abriram fogo matando oito pessoas.
Segundo a imprensa local, três pessoas foram mortas na cidade central de Wetlet, duas no estado de Shan, no nordeste, e uma pessoa foi abatida na cidade mineira de jade, no norte de Hpakant.
As manifestações começaram cedo, no centro comercial de Yangon, quando os ativistas pediram uma demonstração de força e uma “revolução de primavera”.
De acordo com a Associação de Auxílio aos Presos Políticos de Myanmar, 765 pessoas morreram em confrontos com as forças da Junta Militar.
Desde o golpe de Estado, foram presas 4.609 pessoas, 3.555 das quais continuam privadas de liberdade.
O Exército de Myanmar justificou o golpe de Estado alegando supostas fraudes eleitorais ocorridas nas eleições de novembro de 2020, em que venceu a Liga Nacional para a Democracia, de Aung San Suu Kyi.
O Papa propôs este domingo, para o mês de maio, uma iniciativa de paz de todos os fiéis a favor do Myanmar. No final do Regina Coeli, a partir da janela do Palácio Apostólico, Francisco referiu-se à maratona de oração que inaugurou no sábado e que, durante todo este mês, reúne 30 santuários marianos espalhados pelo mundo.
Neste contexto de oração mundial, Francisco deixou uma proposta. “Há uma iniciativa de que gosto muito: a da Igreja birmanesa, que convida a rezar pela paz, dedicando ao Myanmar uma Avé Maria do terço diário”.
Embaixadas pedem libertação de jornalistas
As embaixadas dos Estados Unidos, União Europeia e outros 15 países pediram, esta segunda-feira, a reposição da liberdade de imprensa em Myanmar, assim como a libertação imediata dos jornalistas presos desde o golpe de Estado.
"Apelamos à libertação imediata de todos os trabalhadores dos meios de comunicação social, o estabelecimento da liberdade de informação e de comunicação e o fim das restrições ao uso da internet, em Myanmar", refere o comunicado conjunto que assinala o dia da liberdade de imprensa.
Mais de 80 jornalistas foram presos no país, desde o dia 1 de fevereiro, sendo que metade continua na prisão.
As embaixadas elogiaram “o trabalho dos que se esforçam para garantir o acesso à informação”.
O comunicado, citado pela Lusa, critica as restrições impostas aos meios de comunicação social impedidos de difundir notícias, depois das licenças terem sido retiradas pelos militares.