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O diretor do serviço de infeciologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, admite que a Covid-19 está instalada na comunidade e devem ser ponderadas rápidas medidas para travar a propagação da doença.
“[É hora de pensar se as medidas de desconfinamento] devem continuar de forma progressiva ou se não será o momento para pararmos, pensarmos e, eventualmente, retrocedermos em algumas dessas medidas, como aconteceu, de forma muito semelhante, há dois ou três dias, na Coreia do Sul", aponta Fernando Maltez, à Renascença.
O especialista adverte que "este aumento do número de casos não pode continuar a ser justificado apenas com aquilo que se está a verificar, com alguns surtos nas áreas limítrofes da área metropolitana de Lisboa, nem com o que se passa no bairro da Jamaica, nem com o que se passa na Azambuja”.
“Aquilo vemos nos doentes que nos procuram e que têm necessidade de internamento é que são doentes sem qualquer ligação epidemiológica a esses surtos referidos, que quando interrogados não nos permitem detetar qualquer outra ligação a doentes infetados, o que é um sinal indireto de que a infeção pode estar bem estabelecida na comunidade”, afirma.
A situação na região de Lisboa e Vale do Tejo é a que mais preocupa agora, mas o Presidente da República garante que não existe descontrolo. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou isso mesmo na quinta-feira, depois da reunião no Infarmed com especialistas, e nesta manhã de sexta-feira, na Renascença.
"O que se passa agora em Lisboa não é o haver uma situação descontrolada", mas sim circunstância de dois fenómenos: "um marcado por condições socioeconómicas” e outro relacionado com o aumento do número de testes, “de forma muito significativa, Cascais ou Oeiras”, por exemplo.
O boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostra a existência de novos focos de contágio do novo coronavírus na área da Grande Lisboa, nomeadamente em Loures, Lisboa e Sintra.
Nesta sexta-feira de manhã, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública disse, também na Renascença, que as autoridades estão a intervir e que é conhecida a cadeia de transmissão, pelo que não se justifica, para já, a implementação de um cordão sanitário na região.
Todos os especialistas e as autoridades de saúde são, contudo, unânimes em sublinhar a importância do comportamento de cada um no combate à pandemia de Covid-19 e em repetir a necessidade do cumprimento das regras de segurança básicas: distanciamento físico e higienização das mãos e das superfícies.