O sono profundo tem a capacidade regeneradora de limpar “resíduos do cérebro”, como a eliminação de proteínas tóxicas que podem levar a doenças neurodegenerativas, concluiu um estudo da Northwestern University, nos Estados Unidos, divulgado esta quarta-feira.
Segundo este estudo da instituição norte-americana, a eliminação dos resíduos apresenta-se como “crucial para a saúde do cérebro”, prevenindo doenças neurodegenerativas, o que vem reafirmar a importância de “ter uma boa noite de sono”.
"A eliminação de resíduos pode ser importante para manter a saúde do cérebro ou para prevenir doenças neurodegenerativas. A eliminação de resíduos pode ocorrer durante a vigília e o sono, mas é substancialmente aumentada durante o sono profundo”, salientou Ravi Allada, autor principal da investigação que foi hoje publicada na revista “Science Advances”.
Este novo estudo recorreu a moscas da fruta que, segundo os investigadores, têm neurónios que gerem os ciclos de vigília e do sono “notavelmente semelhantes” aos dos humanos, razão pela qual estes insetos têm sido utilizados em investigações científicas sobre o sono, doenças neurodegenerativas e ritmos circadianos (período de cerca de 24 horas sobre o qual o ciclo biológico de quase todos os seres vivos se baseia).
A equipa de Ravi Allada, que é também diretor do Centro de Sono e Biologia Circadiana da Northwestern, constatou que, quando num estádio semelhante ao sono profundo de ondas lentas em humanos, os insetos eliminavam com maior facilidade resíduos cerebrais, ajudando na recuperação de lesões.
De acordo com o especialista, as conclusões deste estudo contribuem para a “compreensão do mistério” sobre a necessidade dos organismos de dormir e sugerem que a “eliminação de resíduos” do cérebro constitui uma função central do sono profundo.