África do Sul incapaz de pagar por novo medicamento contra a SIDA
17-11-2023 - 08:10
 • Renascença

Estima-se que 164.200 pessoas no país foram infetadas pelo vírus em 2022.

O departamento de Saúde sul-africano afirma que o custo reduzido de uma nova injecção contra o HIV ainda é três vezes superior ao que pode pagar, segundo o The Guardian.

A empresa farmacêutica ViiV Healthcare, com sede no Reino Unido, baixou o preço de 729 rands por dose (36,55 euros) para entre 540 e 570 rands (27,07€-28,58€).

A medicação - CAB-LA -, tomada a cada oito semanas, elimina a possibilidade de alguém contrair o vírus através de relações sexuais.

Mais de 13% da população sul-africana está infetada pelo HIV - o país tem a maior epidemia de SIDA do mundo.

Ainda que seja difícil para a África do Sul, o preço do medicamento é muito mais barato do que nos Estados Unidos da América, onde custa cerca de 3.700 dólares (3416,39 euros) por uma injeção.

“Para que o CAB-LA fosse rentável para o governo sul-africano, o preço teria de estar dentro de uma faixa razoável da a pílula diária, que é de 129 rands (6,47 euros) para um fornecimento para dois meses. Não podemos pagar o dobro ou o triplo do preço, especialmente no contexto dos cortes orçamentais que o nosso departamento tem enfrentado”, afirmou a directora-chefe de compras do departamento nacional de saúde, Khadija Jamaloodien.

Uma forma de contornar o elevado preço do CAB-LA é permitir que doadores como o Plano de Emergência do presidente dos EUA para o Alívio da Sida (PEPFAR) paguem. A PEPFAR pagou mais do que qualquer doador governamental pelo tratamento antirretroviral em África e também financiou a pílula oral em vários países africanos.

“Certamente não é algo que iremos recusar abertamente, mas também precisamos de olhar para a sustentabilidade”, disse Jamaloodien.