O Supremo Tribunal da Rússia ordenou esta terça-feira a dissolução da Memorial, a principal organização de direitos humanos do país e guardiã da memória das vítimas dos campos de trabalhos forçados soviéticos.
A decisão corresponde a um pedido do Ministério Público russo, que acusou a organização não-governamental (ONG) de criar "uma falsa imagem da União Soviética como Estado terrorista".
A dissolução aplica-se à organização de memória histórica e à organização de defesa dos direitos humanos, que compõem a Memorial International, de acordo com as agências de notícias internacionais.
"A decisão é de liquidar a Memorial International e as suas filiais regionais", anunciou a ONG na sua conta na aplicação de mensagens Telegram, segundos depois de se ter iniciado a leitura da decisão do Supremo Tribunal.
Considerada um dos pilares da sociedade civil russa desde a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), há 30 anos, a Memorial enfrenta dois julgamentos de extinção separados, por ter sido acusada de ser "agente estrangeiro" (indivíduos ou organizações que, de acordo com as autoridades russas, são financiados a partir de países estrangeiros).
A Memorial e os seus apoiantes consideraram que as acusações têm motivos políticos e os líderes da organização prometeram continuar o seu trabalho mesmo que o tribunal a encerre.