O ex-Presidente da República francês foi detido, esta terça-feira, e está a ser ouvido pela polícia francesa. Nicolas Sarkozy é investigado pela suspeita de financiamento ilícito da campanha presidencial de 2007, da qual saiu vencedor.
De acordo com o jornal "Le Monde", em causa estão cinco milhões de euros em dinheiro, oriundos da Líbia, que foram entregues à campanha de Sarkozy.
O antigo governante está nas instalações da Polícia Judiciária em Nanterre, no arredores de Paris, podendo ficar detido nas próximas 48 horas.
Em 2012, o site francês Mediapart divulgou um documento que menciona um financiamento da Líbia à campanha de Sarkozy. Desde então, segundo o "Le Monde", a investigação da justiça avançou consideravelmente, reforçando as suspeitas sobre a campanha do ex-líder francês.
Esta é a primeira vez que é ouvido, desde a abertura do inquérito judicial em abril de 2013.
Um dos juízes que dirigiu esta investigação é o mesmo que o acusou no caso dos fundos para a campanha de 2012, em que Sarkozy não foi eleito, perdendo para François Hollande.
O antigo governante já tinha sido detido e ouvido pela polícia francesa, em 2014, noutro caso de suspeita de tráfico de influências.
Nicolas Sarkozy, eleito o 23.º Presidente, ocupou o Eliseu entre 2007 e 2012. Durante o seu mandado baixou os impostos dos ricos, valendo-lhe a alcunha de Presidente 'bling-bling’, flexibilizou a legislação laboral para diluir as 35 horas semanais instituídas por um anterior Governo socialista e promoveu uma reforma nas pensões para aumentar a idade dos 60 para os 62 anos até 2018.
A nível internacional, aproximou a França dos Estados Unidos, foi o rosto da libertação de Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) desde 2002, negociou o cessar-fogo no conflito que opôs a Rússia à Geórgia, foi a figura ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, na condução dos destinos europeus e na busca de soluções para a crise, foi o número um da intervenção na Líbia.