A ministra da Justiça assume ter colocado o cargo à disposição na altura da polémica da nomeação do procurador europeu José Guerra.
“Entendi que aquela circunstância podia afetar negativamente a imagem do Governo e coloquei a questão ao sr. Primeiro-ministro: ‘Aqui estou e velho colocara o meu lugar à disposição’, mas não foi aceite”, lembrou Francisca Van Dunem na Grande Entrevista da RTP, na última noite.
O magistrado português José Guerra foi indicado pelo Governo depois de ter sido selecionado em primeiro lugar pelo Conselho Superior do Ministério Público, mas após um comité europeu de peritos ter considerado como melhor candidata para o cargo Ana Carla Almeida.
O Governo ficou no centro de uma polémica, sobretudo, por ter transmitido dados errados numa nota ao Conselho da UE apensa ao currículo de José Guerra, ainda que a estrutura já tenha corroborado a posição do Executivo português de que os "lapsos" relativos à proposta de nomeação do magistrado para procurador europeu não interferiram com a decisão da sua nomeação.
Na mesmo programa disse que aceita agora, por uma questão de dever, acumular a pasta da Administração Interna, mas garante que daqui a dois meses abandona mesmo a política.
A propósito do Dia Internacional contra a Corrupção, que se assinala esta quinta-feira, defendeu ser essencial prevenir o fenómeno da corrupção no país.
“É a cultura da cunha, a cultura do telefone e a cultura dos mais espertos que passam à frente dos outros. Nós precisamos de ensinar as crianças de que não é assim”.