O município de Torre de Moncorvo deu hoje início à distribuição de 54 toneladas de alimentos animais, por 130 produtores pecuários do concelho, para compensar os efeitos da seca, disse à Lusa o presidente da Câmara.
“Esta atribuição de alimento para animais visa compensar a perda de rendimento dos produtores pecuários devido à seca extrema que se faz sentir em todo o território, e nós não somos exceção, sendo importante dar uma resposta imediata para este problema”, explicou o presidente da autarquia, Nuno Gonçalves.
Estas 54 toneladas de palha com aveia estão destinadas a pequenos ruminantes, bovinos, asininos e equídeos, num total de 6.580 cabeças de gado deste concelho do sul do distrito de Bragança.
Nuno Gonçalves disse ainda que, apesar de já terem sido emitidos avisos pelo Ministério da Agricultura para apoiar os produtores pecuários de Urros e Peredo dos Castelhanos afetados por um incêndio recente, “os mesmos ainda não surtiram efeito”.
“Esta resposta por parte do município para ajudar os produtores pecuários é muito mais rápida do que a resposta dada pelo poder central. As autarquias têm de ter essa capacidade de alavancar a economia e de fazer este rastreio social, para que estas comunidades do interior tenham capacidade de sobreviver no seu dia a dia”, justificou o autarca social-democrata.
Segundo Nuno Gonçalves, a falta de recursos fez com que a Câmara Municipal deliberasse a favor destas medidas de apoio da entrega imediata de alimento para animais.
Por outro lado, o autarca anunciou o apoio de 1,70 euros por cabeça de gado para pagamentos de quotas junto das Organizações de Produtores Pecuários (OPP) e assim manter “gratuitidade” da sanidade animal neste concelho.
O município de Torre de Moncorvo deixou ainda a garantia que se a situação de seca se mantiver nos próximos tempos “haverá a disponibilidade de continuar a apoiar os produtores pecuários do concelho”.
Dando como exemplo o queijo com Denominação Origem Protegida (DOP) produzido com leite de ovelha Churra da Terra Quente, o autarca garante que estas medidas são necessárias “para fixar os agricultores às suas produções, para que não haja abandono”.