O Governo “pode contar com toda a colaboração necessária” do PSD para que as medidas de combate aos incêndios que anunciou no sábado “sejam levadas a cabo”, anunciou Carlos Abreu Amorim este domingo.
“O grupo parlamentar do PSD e o PSD gostariam de saudar o Governo pelas medidas que foram ontem anunciadas de combate a estes flagelos que nos têm assaltado. O Governo tomou estas medidas e pode contar da parte do PSD com toda a colaboração necessária para que as mesmas sejam levadas a caso”, afirmou Carlos Abreu Amorim no Porto.
Segundo o social-democrata, algumas das medidas anunciadas são “extremamente positivas”, como é o caso da criação de concursos públicos para a Autoridade Nacional da Protecção Civil.
Algumas delas, acrescentou, apresentadas pelo PSD no Parlamento, já poderiam estar em prática se o PS não as tivesse chumbado.
"Obviamente que temos que lamentar que algumas dessas medidas tenham esperado quatro meses, designadamente a questão da indemnização às vítimas de Pedrógão e agora às vítimas dos incêndios que sucederam a Pedrógão", ressalvou.
Carlos Abreu Amorim adiantou que o PSD irá estudar agora, “com profundidade, o desenho de todas as medidas” e que pretende acrescentar outras – em especial a criação de uma unidade militar para fazer face a catástrofes, “que seja apta, profissionalizada e com a lógica de operacionalidade militar", para intervir "não apenas em incêndios, mas em qualquer tipo de catástrofe que possa vir a assolar o país".
Além disso, da análise que o PSD fez "até agora" às medidas anunciadas pelo Governo, "não parece ser suficiente" o papel reforçado das Forças Armadas, "designadamente da Força Aérea na coordenação dos meios aéreos".
Carlos Abreu Amorim frisou que o PSD espera agora "o apoio dos partidos de esquerda e de extrema-esquerda que apoiam o Governo para a aprovação, com a maior celeridade possível, da proposta que o PSD apresentou para a criação de um mecanismo extrajudicial urgente para as indemnizações às vítimas".
O deputado disse ainda que o PSD estará disposto a apoiar todas medidas que dignificarem a função social e profissional do bombeiro português.
"Os bombeiros têm um papel inestimável, não apenas no combate aos incêndios, mas em todas as atividades que estão envolvidos e, portanto, nós apoiaremos qualquer medida que seja apta a combater este tipo de situações, mas que também proteja e dignifique o bombeiro".
O Governo pretende, em 14 meses, concluir a reforma da Protecção Civil, que visa aproximar a prevenção do combate aos incêndios e reforçar o profissionalismo, o que deverá passar pela entrada do Estado na rede de comunicações SIRESP e por vários apoios dirigidos às populações e às zonas mais afectadas.
O Governo discutiu no sábado a reforma nos sistemas de prevenção e combate aos incêndios e medidas de emergência de apoio às vítimas, depois dos incêndios de Pedrógão Grande (Junho) e da zona Centro (15 e 16 de Outubro), que provocaram a morte a mais de 100 pessoas e deixaram um rasto de destruição de casas, empresas e património florestal.