O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou, esta segunda-feira, que os palestinianos "vão governar" a Faixa de Gaza após a guerra, quando o movimento islamita palestiniano Hamas "nunca mais ameaçar" Israel.
"Os palestinianos vivem" na Faixa de Gaza, [...] em consequência, os palestinianos vão governá-la no futuro. O futuro governo de Gaza deve ser proveniente da Faixa de Gaza e baseado nas forças que não ameaçam o Estado de Israel", prosseguiu Yoav Gallant.
As afirmações do ministro contrariam declarações prévias do Governo, em particular os ministros ultranacionalistas Itamar Ben-Gvir, responsável pela Segurança nacional, e o responsável das Finanças, Bezalel Smotrichm, que chegaram a sugerir a expulsão de toda da população palestiniana do enclave.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 24.000 pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas mais de 60 mil, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 350 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.