O medicamento que as gémeas lusobrasileiras receberam no Hospital de Santa Maria já foi administrado a 33 crianças desde 2019, avança a edição desta sexta-feira do jornal Público.
Os primeiros dois pedidos entraram no Infarmed a 9 de julho de 2019. Entre essa data e 21 de julho de 2021, o Infarmed aprovou 17 administrações dos 18 pedidos de Autorização de Utilização Excepcional (AUE) do Zolgensma.
O pedido das gémeas lusodescendentes foi submetido a 2 de março de 2020 pelo Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), sendo aprovado no dia seguinte pelo Infarmed.
Segundo o Público, os primeiros dois pedidos para a administração deste medicamento foram feitos a 9 de julho de 2019. Ambas as bebés, a Matilde e a Natália, acabaram por beneficiar do medicamento.Também Noa Feiteira, uma bebé de 13 meses foi autorizada a receber o Zolgensma em 2019, mas acabou por falecer dias antes da administração.
Só este ano, foram aprovados 258 pedidos de medicamentos e a avaliação de cada caso "é feita exclusivamente com base em critérios técnicos e científicos”, segundo a Infarmed. Em particular, não são recolhidos dados “referentes à residência ou à nacionalidade por não ter qualquer relevância para o deferimento ou não do pedido”. São cinco dias o prazo médio de resposta entre a apresentação e a aprovação do pedido, de acordo com a informação citada na edição desta sexta-feira do jornal Público.
Após a aprovação da Agência Europeia dos Medicamentos (EMA), a 18 de maio de 2020, a União Europeia é autorizada a utilizar Zolgensma. E em pouco mais de um dia dez pedidos pelo medicamento receberam o deferimento, dos 17 aceites.
Este procedimento deve sempre estar a par de um despacho favorável da autoridade de cada país - em Portugal, quem se responsabiliza é o Infarmed. Os pedidos da AUE existem para aceder a medicamentos que não têm financiamento concluído.
“Os benefícios do Zolgensma são superiores aos seus riscos e pode ser autorizado para a utilização na União Europeia”, garante a reguladora EMA em documento.
O tratamento é aplicado para evitar avanços da doença neurodegenerativa rara e progressiva atrofia muscular e compromete-se a “melhorar a sobrevivência destes doentes e reduzir a necessidade de um ventilador permanente para respirar”, confirma a entidade.