A polícia alemã elevou esta quinta-feira o nível de proteção ao líder da oposição russa, Alexei Navalny, internado há 19 dias num hospital em Berlim por suspeita de envenenamento.
A melhora do estado de saúde de Navalny permite-lhe receber mais visitas, o que, na perspetiva das autoridades alemãs, aumenta o risco de um ataque contra o líder político russo.
De acordo com informações do jornal semanário Der Spiegel e do ‘site’ de investigação jornalística britânico Bellingcat, as forças de segurança alemãs aumentaram o número de agentes que garantem a segurança de Navalny no hospital Charité, em Berlim.
A intensidade dos controlos policiais em torno do líder oposicionista russo também aumentou, com o receio de ataques depois da alegada tentativa de envenenamento com um agente nervoso usado pelas forças militares, no dia 20 de agosto.
A medida é uma reação à melhora do estado de saúde de Navalny, que na segunda-feira acordou do coma induzido em que se encontrava, começando a responder a estímulos verbais.
Os ‘media’ Der Spiegel e Bellingcat garantem que Navalny pode voltar a falar, podendo agora ser interrogado pelas autoridades, algo que o centro hospitalar não confirmou.
Navalny desmaiou durante um voo interno na Rússia, em 20 de agosto e, dois dias depois, a pedido da família, foi transferido para Berlim, para tratamento.
Desde o primeiro momento que os colaboradores do líder da oposição ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, falam de envenenamento, algo que especialistas da Charité e da Bundeswehr (exército alemão) confirmaram.
Navalny terá sido vítima um agente nervoso do grupo Novichok, um veneno desenvolvido pela União Soviética nas décadas de 70 e 80 do século passado.
A chanceler alemã, Angela Merkel, desafiou o governo russo a investigar de forma transparente este "crime", já que o veneno Novichok só é encontrado na Rússia.
Moscovo nega as acusações de envenenamento e considera as alegações do Governo alemão uma forma de tentar “desacreditar a Rússia no cenário internacional”.