Quase uma centena de doentes a aguardar por triagem num hospital que não tem meios suficientes nas urgências. É este o retrato do Hospital Garcia de Orta, em Almada, esta terça-feira de manhã feito pelo Sindicato Independente do Médicos.
Trata-se de uma unidade onde há mais de um ano os chefes da equipa de urgência apresentaram a demissão. O sindicalista Jorge Roque da Cunha fala numa situação muito complicada.
“A verdade é que são cerca de 90 doentes que neste momento estão no serviço de observação, não têm a capacidade de serem internados nos serviços de medicina e também não têm a possibilidade de lhes darem alta”, descreve.
O sindicalista refere que “as equipas, que já estão depauperadas, abaixo dos mínimos, têm esta dupla tarefa, que é uma tarefa ciclópica e que, no nosso ponto de vista, deve ser denunciada, porque põe em perigo a saúde dos doentes”.
Jorge Roque da Cunha relata ainda um cenário de ambulâncias acumuladas à porta do hospital “tal como aconteceu este fim de semana no hospital Beatriz Ângelo, uma vez que são necessárias as macas destas equipas de bombeiros para o hospital”.
Nestas declarações à Renascença, Jorge Roque da Cunha deixa um renovado apelo ao ministro da Saúde, para que “tenha essa consciência e que, mais do que palavras, que aja de forma a criar condições para robustecer o Serviço Nacional de Saúde”.