Nikolas Cruz, o autor de um massacre num liceu na Flórida em 2018, pediu hoje desculpa aos familiares das vítimas num tribunal de Miami, depois de se declarar culpado dos 17 homicídios cometidos com uma espingarda de assalto.
"Lamento verdadeiramente o que fiz, carrego o peso disso todos os dias", disse o jovem de 23 anos, que tinha 19 no dia em que cometeu um dos piores massacres escolares nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, expressou o desejo de que coubesse aos sobreviventes a decisão sobre a sua vida ou morte.
Nikolas Cruz abriu fogo no Dia dos Namorados -- 14 de fevereiro -- com uma espingarda semiautomática AR-15 no liceu Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, do qual tinha sido expulso no ano anterior por "razões disciplinares".
O arguido, de cabeça curvada, declarou-se culpado dos 17 homicídios perante a sala de tribunal lotada.
Agora vai aguardar que o júri profira a sentença, enquanto os procuradores admitem pedir a pena de morte.
O tiroteio foi o pior massacre escolar nos EUA desde o que aconteceu na escola Sandy Hook, em Newton, no Estado do Connecticut, no qual morreram 26 pessoas.
A tragédia de Parkland suscitou muita emoção e uma mobilização histórica foi liderada por vários jovens sobreviventes dessa escola secundária e pelos pais das vítimas.
Em 24 de março de 2018, culminou na "Marcha pelas Nossas Vidas" que reuniu 1,5 milhões de pessoas em todo o país, a maior manifestação nacional para o controlo de armas na história dos EUA, levantando a possibilidade de uma mudança na legislatura.
Isso acabou por não acontecer e, pelo contrário, as vendas de armas no país aumentaram nos últimos anos, particularmente durante a pandemia de covid-19.