Milhares de pessoas participam, este domingo, numa manifestação organizada pela Sociedade Civil Catalã em Barcelona contra a possibilidade de concessão de amnistia aos separatistas catalães.
O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, e o líder do partido de extrema-direita VOX, Santiago Abascal, são alguns dos políticos presentes nesta marcha, sob o lema “não em meu nome, nem amnistia, nem autodeterminação”.
Os manifestantes têm gritado a favor do julgamento e prisão de Carles Puigdemont, antigo presidente da Generalitat (governo regional) catalã, e contra o líder do PSOE, Pedro Sánchez, que foi incumbido pelo Rei de Espanha de tentar formar Governo após Feijóo ter falhado as duas votações de investidura no Congresso espanhol.
Alberto Núñez Feijóo acusa Sánchez de estar a “fazer negócios” com os independentistas e rejeita que o chefe em funções do Governo procure a “reconciliação”.
“Não se trata de uma amnistia que procura a reconciliação, o que procura é a presidência do Governo. Isso é logicamente uma regressão e uma decisão reacionária.”
O líder do PSOE precisa do apoio dos partidos independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco, bem como do recém-formado Sumar, para ser investido presidente do Governo no Parlamento espanhol, depois de nenhum partido ter conquistado uma maioria qualificada de votos nas eleições de final de julho.
O chefe dos socialistas já fez saber que está disposto a dar amnistia aos catalães detidos após o referendo à independência da região, mas destacou que não aceitar convocar uma nova consulta popular independentista.
O Parlamento tem até 27 de novembro para eleger um novo chefe de Governo e evitar novas eleições antecipadas. Se Sánchez não for bem sucedido, os espanhóis serão chamados novamente às urnas, provavelmente em meados de janeiro de 2024.
Sete votos não mudam o destino
A presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, condenou mais uma vez as negociações entre o presidente do PSOE, Pedro Sánchez, com os partidos independentistas catalães para garantir a investidura.
“Viemos alertar para o que estamos a viver. Com sete votos ninguém pode mudar o destino de uma nação", criticou meia hora antes do início da manifestação.
Apesar de a Sociedade Civil Catalã (SCC) ter apelado ao centro-esquerda para participar no protesto deste domingo, nenhum líder de esquerda compareceu, indica o El País.