A Fenprof apelou esta terça-feira aos professores para que se concentrem junto às instalações do Ministério da Educação, em Lisboa, para pressionar a tutela a agendar uma reunião de trabalho para debater os problemas do setor.
“Estamos a apelar aos professores para que venham aqui para o Ministério, para que possamos ter mais força para exigir a marcação de uma reunião”, disse em declarações à Lusa o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, que está desde as 11h00 nas instalações do Ministério.
Cinco horas após ter entrado no edifício do Ministério da Educação, uma delegação do secretariado nacional da Fenprof continua a aguardar uma resposta quanto ao pedido de marcação de uma reunião.
Mário Nogueira garantiu que os sindicalistas vão permanecer no edifício “as horas que forem precisas” até terem uma resposta.
Desde as últimas eleições legislativas, em 2019, “este senhor ministro fez uma reunião com as organizações sindicais, a 22 de janeiro de 2020, para dizer que ou prosseguimos pelos seus caminhos e íamos pela autoestrada ou então iríamos por becos sem saída”, contou o secretário-geral.
Desde então, as estruturas sindicais têm pedido o agendamento de novos encontros, mas Mário Nogueira garante que têm sido “pedidos sem resposta”.
Esta terça-feira de manhã, uma delegação de cerca de duas dezenas de sindicalistas dirigiu-se às instalações do Ministério para pressionar o executivo a marcar uma reunião com o ministro Tiago Brandão Rodrigues ou com a secretária de estado, Inês Ramirez.
“Não queremos resolver os problemas todos agora, nem todos para o ano”, mas “queremos que o ministro se sente, como responsável político que é, e que dialogue para avançarmos para a negociação”, disse Mário Nogueira.
A atual falta de professores nas escolas e a previsão de que metade dos docentes estarão reformados até 2030 são alguns dos problemas que a Fenprof diz ser preciso combater através de medidas que tornem a profissão atrativa.
Além do envelhecimento da classe docente, a Fenprof quer discutir a carreira dos professores, os horários de trabalho e iniciar as negociações da revisão do regime de concursos, que está agendada para arrancar este mês.
As vagas para progressão na carreira e as regras de avaliação de desempenho são outros dos assuntos que preocupam os professores.
Sobre a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022, Mário Nogueira entende que não traz nenhuma “medida que possa alterar” o atual estado da Educação: O OE “ignora olimpicamente os professores” e “passa ao lado dos problemas das escolas”, disse.
Na reunião do Conselho Nacional da Fenprof, marcada para sexta-feira, será analisada a situação e anunciadas medidas de ação.
“Temos uma certeza: isto assim não pode continuar. O Governo tem de respeitar os professores e o ministro tem de cuidar da Educação. Nem um, nem outro fazem aquilo a que estão obrigados”, criticou.
Os representantes da Fenprof dizem que se vão manter no ministério até serem recebidos pelo ministro ou secretária de estado.