O ministro da Administração Interna anunciou que o combate ao incêndio de Monchique, que lavra há cinco dias, vai passar a ter um nível de coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil.
O anúncio de Eduardo Cabrita foi feito numa conferência de imprensa na Autoridade Naiconal de Proteção Civil (ANPC) na qual anunciou a concentração da estratégia de combate para o “nível Nacional de coordenação” sob a alçada do Comando Nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Admitindo que o combate ao incêndio “decorre em condições muito adversas”, o ministro enalteceu a “notável resposta” operacional, tanto em Monchique como em outros incêndios “de dimensão perigosa”, que deflagraram sábado na zona de Vale do Tejo e que “passaram rapidamente à fase de rescaldo”.
“Houve uma intervenção operacional muito significativa”, disse Eduardo Cabrita, recordando que desde o início do ano houve mais de sete mil fogos, todos sem vítimas, ressalvando, contudo, que, neste momento, "é tempo de combate e não de balanço".
Mais de 250 pessoas retiradas de casa
Mais de 250 pessoas foram deslocadas durante a noite no combate ao incêndio que lavra desde sexta-feira em Monchique, onde as operações se mantêm de "elevada complexidade", informou a Proteção Civil.
Num ponto de situação feito esta manhã na vila de Monchique, sede de concelho, o comandante operacional distrital, Vítor Vaz Pinto, indicou que foram assistidas neste incêndio 79 pessoas e que há 29 feridos ligeiros e um com gravidade.
O responsável, que não apontou o número de casas atingidas, afirmou que "a previsão meteorológica vai continuar desfavorável", com vento intenso, que dificulta a atuação dos meios aéreos, e temperaturas a rondar os 35 graus durante o dia. Ainda assim, haverá uma subida da humidade relativa.
O responsável apontou as zonas de Casais e da barragem de Odelouca como as mais críticas esta manhã.
Autoridades investigam causa do fogo
O Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ) estão a investigar o incêndio que deflagrou na sexta-feira no concelho de Monchique, distrito de Faro, disseram esta terça-feira à agência Lusa os dois organismos.
"O Ministério Público do DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Faro vai investigar os incêndios de Monchique, para determinar as suas causas e o seu eventual enquadramento legal", refere a Procuradoria-Geral da República, numa resposta escrita.
Fonte oficial da PJ confirmou que a polícia "está a investigar" o incêndio, no âmbito desta investigação titulada pelo DIAP de Faro.