O petróleo de referência da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cotou-se na terça-feira a 25,76 dólares, menos 5% do que na véspera e o valor mais baixo desde meados de Maio de 2003, informou esta quarta-feira a organização.
Com esta nova depreciação, a cotação do petróleo da OPEP acumula uma perda de 19% em relação ao princípio deste ano.
Os preços do grupo petrolífero referem-se ao barril de referência da OPEP, que se baseia numa mistura de 12 qualidades de petróleo dos Estados-membros da OPEP e é um valor nominal, ou seja, não inclui a inflação.
A sugestão na terça-feira do ministro do Petróleo da Nigéria, Emmanuel Ibe Kachikwu, de que o grupo realizará em breve uma reunião extraordinária para decidir medidas que travem a queda do preço foi descartada rapidamente pelo homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al-Mazrouei.
Esta recusa mostra a divisão no seio da OPEP e a dificuldade em alcançar um acordo sobre uma política conjunta que reduza o excesso de oferta de petróleo no mercado, que há mais de um ano tem empurrado os preços para baixo.
O conflito diplomático entre a Arábia Saudita e o Irão, ambos sócios fundadores da OPEP mas tradicionalmente em confronto como poderes regionais, torna o entendimento ainda mais difícil.
As últimas previsões da OPEP apontam para que o preço do barril de petróleo comece a recuperar este ano e suba até aos 80 dólares em 2020 e os 160 dólares em 2040, depois da brutal queda de 2015 para os níveis mais baixos da última década.
Este excesso de oferta de petróleo ocorreu numa altura em que os países emergentes, especialmente a China, reduziram as estimativas de crescimento económico e de consumo de energia. Neste contexto, analistas de alguns bancos de investimento, como o Goldman Sachs, não afastam a hipótese de que a actual tendência possa afundar a cotação do petróleo até aos 20 dólares.