O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu voltou a reforçar que não haverá cessar-fogo sem libertação de reféns. No dia em que se assinalam seis meses desde o aprofundar do conflito Israel-Hamas, Netanyahu garante que o país "está a um passo da vitória" e exorta os cidadãos a unirem-se nesse propósito.
O primeiro-ministro, alvo de críticas na rua nas últimas horas, aproveitou a oportunidade para pedir aos cidadãos para se unirem para "repelir todos os ataques" contra a nação, numa altura em que o exército anunciou a retirada da maioria das suas tropas terrestres do sul de Gaza.
"Este é o tempo da união. Mas, precisamente agora, uma minoria extrema e violenta está a tentar arrastar o país para a divisão", lamenta, antes de uma reunião, citado pelo Times of Israel. "É precisamente isso que os nossos inimigos mais querem", reforça. Mesmo assim, garante que a maioria do país está do seu lado.
"Que os nossos inimigos não se enganem: a maioria absoluta das pessoas estão unidas na vontade de continuar a lutar até à vitória. A maioria das pessoas, e eu nelas me incluo, condena qualquer manifestação de violência no nosso seio", acusa.
Mencionando precisamente as manifestações nas ruas - que categoriza como "motins e violações da lei" - mas também o incidente que levou ao atropelamento de cinco pessoas, o primeiro-ministro israelita lamenta o "atropelamento de manifestantes e os ataques a policias", e rejeita o "incitamento selvagem" e a "violência assassina nas redes sociais".
"Esta é a nossa posição"
Uma nova ronda de negociações com o objetivo de chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, em troca da libertação de reféns mantidos pelo Hamas, começa este domingo no Cairo, capital do Egito, mas Netanyahu é perentório: não haverá pausa no conflito sem o regresso dos israelitas retidos desde 7 de outubro.
"Deixei isso bem claro junto da comunidade internacional: não haverá cessar-fogo sem libertação dos reféns. Simplesmente isso não vai acontecer", garantiu o chefe de estado.
"Esta é a nossa posição", reforça. Quanto a eventuais pressões norte-americanas para amenizar a situação na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro israelita afasta desentendimentos e diz que "a administração Biden garantiu que esta também é a sua posição".
Estaremos na iminência de tréguas e libertação de reféns? Tal só cabe ao Hamas decidir. "Não é Israel que está a prevenir um acordo, é o Hamas", assegura Netanyahu, que critica as "exigências extremas" da organização, que colocam em perigo "cidadãos e soldados". Para Netanyahu, uma coisa é clara: ceder às exigências do Hamas é permitir que este "repita os crimes de 7 de outubro uma e outra vez, como prometeu fazer".