Desencadeado pelo contexto de pandemia em que o país vive, o projeto "Mais Proximidade" é uma resposta a um desafio lançado pelo arcebispo de Braga, em que D. Jorge Ortiga propôs aos jovens que fossem ao encontro de quem está sozinho e olhassem pelos mais desprotegidos, com especial preocupação pelos idosos.
Nesse sentido, os jovens da Pastoral Universitária de Braga decidiram apoiar os mais velhos, sobretudo os que vivem sós e isolados e cuja situação se agravou durante a conjuntura da pandemia, explica a coordenadora desta iniciativa.
Em declarações à Renascença, Bárbara Alves sublinha que os idosos são "os que mais sofrem com problemas de solidão, isolamento e abandono" e "ainda mais nesta pandemia, em que estão privados das suas saídas habituais, do diálogo com vizinhos, amigos".
Esta resposta "torna os jovens universitários os atores desta mudança na vida dos idosos, quebrando este isolamento emocional e social através de um diálogo entre gerações. No fundo, é tornar os jovens como a voz da esperança, uma voz amiga para estas pessoas".
O projeto funciona em parceria com o Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública de Braga. Para Bárbara Alves, "esta seria a melhor forma de implementar o projeto na comunidade, visto que a PSP de Braga já tem feito um grande trabalho de campo em relação a esta faixa etária e conhece melhor que ninguém os casos que de facto precisam de acompanhamento por parte dos voluntários".
Neste momento, os jovens universitários estão a acompanhar 10 idosos. O contacto está a ser feito, por enquanto, apenas por telefone, tendo em conta o confinamento a que a pandemia obriga.
Bárbara Alves diz que "não há propriamente uma frequência definida, ou seja, esse contacto pode ser feito diariamente, semanalmente".
Não pretendem "entrar com imposições, preferimos deixá-los à vontade, para que nos digam em que altura do dia preferem que liguemos, em que altura da semana. Se preferem muitas vezes ser eles a contactar-nos a nós. Tentamos dar o máximo de liberdade possível, para que esta relação cresça da melhor forma".
Se as circunstâncias se alterarem, esse apoio poderá vir a ser presencial, sempre com todos os cuidados exigidos.
"A ideia é que cada jovem voluntário fale com o idoso, que lhe faça companhia, que partilhem histórias, recordações, vivências, memórias e que também ouça as suas preocupações e responda a pedidos de ajuda que surjam eventualmente."
Este grupo de 10 idosos que está a ser apoiado em Braga é constituído, na sua maioria, por mulheres, com mais de 70 anos, que têm em comum a solidão. Alguns casos não têm sequer família. Os que têm ou recebem poucas visitas ou nem sequer lhes dão qualquer tipo de apoio.