O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) acusa Pedro Nuno Santos de querer “pôr os senhorios a fazer a Segurança Social dos inquilinos”.
Em causa está a intenção do novo líder do PS de indexar a atualização das rendas ao aumento dos salários.
Durante o fim de semana, no congresso socialista em Lisboa, Pedro Nuno Santos explicou que, quando a inflação é igual ou inferior a 2%, a atualização das rendas continuará a ser feita como até aqui. Já se a inflação for superior a 2%, o candidato do PS às legislativas de março, propõe que seja tida em conta a capacidade das famílias para suportar esse custo, através da evolução salarial.
“Não é assim que as coisas funcionam num estado de direito”, contrapõe Luís Menezes Leitão: "também não se diz aos supermercados que não podem subir os preços, a não ser que os salários aumentem, porque se fizerem isso, os supermercados fecham todos”.
Com este anúncio de Pedro Nuno Santos, o presidente da ALP diz não ter dúvidas de que, com esta nova liderança, o PS “transformou-se num Bloco de Esquerda – parte II”.
Entrevistado pela Renascença, Menezes Leitão considera, mesmo, que, caso venha a ser aplicada, esta medida “será muito pior do que o congelamento das rendas que chegou a ser proposto por este Governo e de que houve o bom senso para recuar”.
"Ninguém está disponível para ser apanhado numa armadilha de rendas congeladas. Por muito que o dr. Pedro Nuno Santos queira fazer Segurança Social com os bens dos outros, nós estamos num Estado de Direito... mas, enfim, nós estamos à espera disso e muito pior”, remata Menezes Leitão.