Refugiados. Amnistia, Cáritas e Jesuítas escrevem a Costa a pedir acção europeia urgente
14-12-2017 - 09:33

Organizações estão preocupadas com a deterioração das condições de vida de 15 mil pessoas nas ilhas gregas.

Veja também:


A Amnistia Internacional Portugal, a Cáritas e o Serviço Jesuíta enviaram uma carta ao primeiro-ministro na qual denunciam a deterioração das condições de vida de milhares de requerentes de asilo nas ilhas gregas.

Na carta, as três organizações pedem a António Costa que pressione o Conselho Europeu para acabar com o "confinamento" de milhares de pessoas que pedem asilo na Grécia.

As organizações pedem ao primeiro-ministro, que integra o Conselho Europeu, que apoie medidas de visem ajudar o Governo grego a cumprir as suas obrigações de protecção aos refugiados.

"Entendemos que deve haver uma resposta concertada europeia que dê possibilidade a que essas pessoas possam ser recolocadas no espaço europeu o mais rapidamente possível e que não se caia numa situação de crise humanitária. Estamos a falar de milhares de crianças, famílias, mulheres vulneráveis e que não podem ser devolvidas aos países de origem", diz à Renascença o director do Serviço Jesuíta aos Refugiados, André Costa Jorge.

Nesta altura, há cerca de 15 mil migrantes distribuídos por Lesbos, Chios, Samos, Kos e Leros, no Mar Egeu. De acordo com as instituições signatárias, deste total, 12 mil estão "alojadas em estruturas com capacidade máxima para o acolhimento de cinco mil pessoas".

"Esta situação é consequência directa da Declaração UE-Turquia de 18 de Março de 2016, que tem conduzido a uma política de confinamento dos requerentes de asilo nas ilhas que, segundo estas organizações, deve cessar de imediato, sendo substituída por uma política de transferência dos mesmos para território continental grego, no sentido de responder às suas necessidades de protecção e garantir-lhes condições de acolhimento adequadas", pode ler-se na carta.

No mesmo documento, as organizações apelam a Costa para que, na "qualidade de chefe do Governo e representante de Portugal no Conselho Europeu, apoie o fim do confinamento de requerentes de asilo nas ilhas gregas, a sua transferência para o território continental e quaisquer medidas da União que visem ajudar o Governo grego a cumprir as suas obrigações de protecção e acolhimento digno e seguro destas pessoas".

António Costa está esta quinta-feira em Bruxelas para participar na reunião do Conselho Europeu, sendo um dos temas da agenda a questão das migrações.