Técnica de reinserção agredida por jovem em centro educativo faz queixa ao MP
25-03-2024 - 19:20
 • Filipa Ribeiro e Lusa

Por já ter 16 anos, o jovem que alegadamente fez a agressão poderá responder criminalmente pelo sucedido. Sindicato falta de aumentos na carreira, que recebe o mesmo que o salário mínimo nacional.

Uma técnica de reinserção social foi esta segunda-feira "violentamente agredida" por um jovem internado no Centro Educativo dos Olivais, em Coimbra, denunciou o sindicato, que adiantou à Renascença que a vítima vai participar criminalmente ao Ministério Público (MP).

A técnica profissional de reinserção social (TPRS) encontra-se ainda numa unidade hospitalar a aguardar exames, depois de ter sido atirada ao chão e agredida com murros na cara.

O presidente do Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP), Miguel Gonçalves, adianta que a colega vai apresentar queixa ao MP do jovem que a agrediu, que por já ter 16 anos responderá criminalmente como adulto pelo sucedido.

Miguel Gonçalves sublinhou que a técnica de reinserção se encontrava sozinha a trabalhar e que a falta de profissionais devido à falta de atratividade da carreira é uma das razões que explica um "efetivar de insegurança" nos seis centros educativos do país.

"O que acontece é que os trabalhadores das carreiras gerais podem ser aumentados mas estes não. Há cinco, seis anos ganhavam 300 euros acima do salário mínimo nacional. Hoje ganham 1,80€, porque o salário mínimo foi aumentando e os deles não foi”, conta.

A estrutura sindical "relembra à classe política e, em especial, ao novo Governo que a reinserção social não pode continuar a ser um mero chavão que utilizam para ludibriar o povo, quando não se preocupam com os profissionais que exercem estas nobres funções em nome do Estado português".

“Se temos dificuldades em tornar atrativas as carreiras para as outras profissões, para estas então… Qual é o funcionário que vai para isto?”, questiona Miguel Gonçalves.

[notícia atualizada às 20h58]