O verdadeiro problema do nosso tempo é a falta de fé em Deus, alerta o cardeal Giovanni Battista Re.
Na homilia das celebrações da peregrinação de Outubro a Fátima, o prefeito emérito da Congregação para os Bispos aconselhou os fiéis a interrogarem-se “sobre o lugar que Deus ocupa” nos seus corações e na sua vida”.
“Porque o fascínio das coisas tornou-se hoje particularmente insinuante e a corrida ao bem-estar absorve tempo e energias”, Deus “passa a ser a última das nossas preocupações”, afirmou o cardeal italiano.
Por isso, as várias crises actuais são “sinais preocupantes de futuro”. “É muito sentida”, disse o cardeal, “a crise económica e financeira que desde há vários anos pesa sobre as famílias, com consequências muito graves”.
Por outro lado “preocupante é também a crise moral que todos notamos” e “grave é ainda a crise social que comporta tantos problemas”. Mas, salienta, “na base destas crises, está uma que é a raiz de todas as outras: a carência de Deus”. Este é, para o prelado, “o verdadeiro problema do nosso tempo: a falta de fé em Deus”.
Tentados a pensar, disse o cardeal Re, que, com a inteligência e as capacidades próprias as pessoas conseguem encontrar solução para todos os problemas, esquece-se que Deus estabeleceu leis que se devem respeitar, sob pena de nascer o desequilíbrio.
Por isso, “a primeira necessidade do nosso tempo é devolver Deus às consciências dos homens e reabrir-lhes o acesso a Deus”, explica.
“Da desordem e dos problemas que se criaram sob o céu, neste nosso tempo, apenas será possível sair”, salientou, “se a humanidade levantar de novo os olhos para o Céu”, concluindo que Nossa Senhora, que apareceu em Fátima, indicou o caminho para chegar a Deus: oração, conversão do coração e penitência.