Os crimes de cariz sexual praticados na Internet contra as crianças aumentaram em Portugal cerca de 40%, entre janeiro e outubro deste ano. Os números foram avançados pela Polícia Judiciária (PJ).
Em declarações à Renascença, a inspetora-chefe da Carla Costa diz que este ano a Polícia Judiciária já desencadeou cerca de 2.200 investigações a crimes desta natureza.
Admite que a investigação deste tipo de crimes é morosa e "por vezes complicada", porque implica a colaboração de outras entidades - servidores e operadores -, exigindo a intervenção de um juiz para autorizar certas diligências.
Se em alguns casos os crimes aconteceram unicamente por via digital, noutros chegou mesmo a acontecer um encontro físico.
“Nalgumas situações falamos num crime de pornografia de menores em ambiente digital. Noutros casos há o aliciamento de crianças e jovens para fins sexuais, em que há uma abordagem inicial em espaço digital e posteriormente acontece o encontro físico”, explica a inspetora-chefe da Carla Costa.
A Judiciária não sabe ao certo a percentagem em que o contacto pessoal chegou a resultar em crimes de natureza sexual, mas sabe com base num inquérito que 44% dos jovens inquiridos, entre os 9 e os 17 anos, já se encontraram cara a cara com alguém que conhecer em ambiente digital.
A inspetora-chefe da Carla Costa também não consegue dizer se houve um aumento do número de crimes ou este é o resultado de uma maior prevenção.
“É uma boa questão, mas eu não consigo responder. As denúncias continuam a chegar, mas nós também nas nossas ações de sensibilização e monitorização, nomeadamente na darknet, temos conseguido identificado algumas situações que depois são investigadas”, afirma a responsável da Polícia Judiciária.