O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) assumiu esta segunda-feira a falta de pediatras na urgência pediátrica, devido a baixas médicas e à rescisão de contrato de três profissionais, mas garantiu a continuidade do atendimento aos utentes.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o conselho de administração do hospital explicou que, “até ao final do mês de agosto e início de setembro, apesar de quatro baixas de médicas pediatras, foi possível garantir o funcionamento” do Serviço de Urgência Pediátrica (SUP).
Mas, “com a rescisão de contrato por parte de três profissionais, durante o mês de agosto, com efeitos a 1 de setembro”, ou seja, a partir desta terça-feira, “tornou-se muito difícil a captação de pediatras para substituir aqueles profissionais”, pode ler-se.
O HESE, “face a esta situação repentina, aplicou todos os esforços no sentido de contratar pediatras para substituir aqueles profissionais”, mas “sem sucesso, até ao momento”.
Ainda assim, o hospital de Évora “garantirá o atendimento, sem necessidade de deslocação dos utentes e seus familiares para os hospitais da região de Lisboa, a não ser nos casos em que atualmente já acontece”, afiançou a administração.
“O HESE continua à procura de pediatras em prestação de serviço. Para a eventualidade de não se conseguir, neste momento, estão também a ser estudados outros modelos que garantam que as crianças continuam a ser atendidas sem necessidade de serem deslocadas para outros hospitais”, sublinhou.
Os esclarecimentos do HESE surgem na sequência de um comunicado divulgado hoje pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), em que alertou que o SUP do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) está “em risco de encerrar por falta de médicos”, já a partir de terça-feira.
O SUP do HESE “atravessa uma grave carência de médicos pediatras, o que põe em risco o seu funcionamento”, alegou a estrutura sindical, referindo que este serviço “conta atualmente com seis médicos pediatras, dos quais apenas três realizam trabalho noturno, por questões de limites de idade”, pelo que “nem o recurso a trabalho extraordinário” é “suficiente para assegurar a escala de urgência”.
“Esta situação arrasta-se há vários anos”, frisou ainda o sindicato.
Também o grupo parlamentar do PCP questionou o Ministério da Saúde sobre “a falta de médicos no serviço de Pediatria do HESE e as implicações desta situação na prestação de cuidados de saúde pediátricos em toda a região Alentejo, com especial preocupação para a possibilidade de deixar de ser assegurado o serviço de urgência pediátrica já em setembro”.
Em comunicado, os comunistas consideraram urgente tomar medidas que evitem o comprometimento das consultas, do internamento e do serviço de urgência pediátrica, o que obrigaria à deslocação de utentes e famílias do Alentejo para os hospitais da região de Lisboa.