O líder conservador espanhol, Alberto Nuñez Feijóo, falhou esta quarta-feira a investidura como primeiro-ministro espanhol, ao ficar a apenas quatro votos dos 176 necessários para obter uma maioria de apoios no Congresso.
Na primeira votação da investidura, a favor votaram os 137 partidos do PP e os 33 do Vox, Coligação Canária e UPN, contra votaram 178 deputados de PSOE, Sumar, ERC, Junts, EH Bildu, PNV e BNG.
A lei espanhola permite agora a Feijóo que volte a tentar a investidura na sexta-feira, onde será necessária uma maioria simplificada para ser eleito como chefe de Governo de Espanha.
Ontem, no arranque do debate após nenhum partido ter conquistado maioria absoluta nas eleições de final de julho, o presidente do Partido Popular (PP) tinha pedido aos deputados que fizessem uma "última reflexão" para o investirem como chefe do Governo.
Feijóo também deixou claro que nunca aceitará fazer acordos com os independentistas catalães para conseguir governador, criticando o socialista Pedro Sánchez por manter negociações com essa ala.
Aos partidos nacionalistas e independentistas, Feijóo perguntou se acreditam na palavra de Sánchez, que como primeiro-ministro, na última legislatura, tomou decisões opostas ao que havia prometido e que ainda há alguns meses rejeitava a possibilidade de uma amnistia por considerar que violaria a Constituição de Espanha.
"Jamais vos direi sim a tudo, mas não tenho nenhuma dúvida de que para a Catalunha e o País Basco seria positivo haver um presidente do Governo que não engane todos os cidadãos. O que é que vos faz pensar que tudo o que hoje se usa para satisfazer as vossas exigências não será utilizado contra vocês quando já não forem precisos?", disse, dirigindo-se aos partidos independentistas e, em especial, aos dois que têm um posicionamento de centro-direita, o Juntos pela Catalunha (JxCat) e Partido Nacionalista Basco (PNV).
Sánchez já realizou consultas com os independentistas catalães, que exigem garantias de amnistia e autodeterminação para apoiarem a tentativa do líder do PSOE em permanecer na presidência do Governo central espanhol.
Se nenhum dos partidos alcançar um acordo ao final de dois meses, serão convocadas novas eleições gerais.
[atualizado às 12h45]