O Governo deverá manter por mais algum tempo o uso de máscaras em alguns espaços públicos, garantiu à Renascença fonte do executivo.
Apesar de já ter sido atingida a meta apontada pelos especialistas, das 20 mortes com Covid-19 por milhão de habitantes a 14 dias, o Governo de António Costa não tenciona levantar a medida de saúde pública.
Fonte do executivo adianta à Renascença que ainda "não é para já" a libertação total de máscaras em espaços públicos e que não será o Conselho de Ministros desta quinta-feira a tomar essa decisão.
O uso de máscaras mantém-se obrigatório em transportes públicos, lares, estabelecimentos de saúde e farmácias.
De acordo com o relatório sobre a evolução da pandemia divulgada na semana passada, o impacto da covid-19 na mortalidade e nas hospitalizações continua em tendência decrescente em Portugal.
“O impacto nos internamentos apresenta uma tendência decrescente, bem como a mortalidade específica por covid-19. É expectável a manutenção da diminuição da procura de cuidados de saúde”, refere o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Apesar da melhoria dos indicadores da pandemia nas últimas semanas, a incidência ainda se apresenta “muito elevada”, recomendando que se mantenham as medidas de proteção individual, a vacinação de reforço e a comunicação dessas medidas à população, indica o relatório.
Segundo dados avançados esta semana pela DGS, mais de 400 mil pessoas acima dos 80 anos, nomeadamente os idosos residentes em lares, receberam a segunda dose de reforço contra a covid-19.
Especialista de acordo
O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, concorda com decição do Governo de manter o uso obrigatório de máscara em alguns locais.
O especialista argumenta que Portugal ainda não controla por completo a pandemia e ainda existe uma alta taxa de transmissibilidade: "O levantamento do uso de máscara em todos os locais implicaria uma situação de quase absoluto controlo da pandemia, que é algo que ,para já, ainda não temos. Ainda nos encontramos numa situação de elevada transmissibilidade do vírus."
Gustavo Tato Borges considera que o fim da obrigatoriedade nos transportes públicos poderia ser encarado, mas aconselha a que se aguarde algum tempo "para perceber que vacinas vamos ter agora, em Setembro e Outubro, para vacinar e ver como vai correr o inverno".