O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, foi constituído arguido no processo de reconstrução de habitações na sequência do incêndio que atingiu aquele concelho a 17 de Junho de 2017.
A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo "Diário de Leiria". Sobe assim para 11 o número de envolvidos no inquérito sobre a reconstrução de casas naquele concelho, a cargo da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em causa estão suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, burla qualificada e falsificação de documento.
De acordo com informações apuradas pelo jornal regional, a decisão de constituir Valdemar Alves arguido foi tomada na passada quarta-feira pelo Tribunal de Coimbra, onde o processo está em curso, e transmitida ao autarca nesse mesmo dia.
Contactado pelo "Diário de Leiria", Bolota Belchior, advogado de Valdemar Alves, disse apenas: "Não comento, nem confirmo, nem desminto essa informação." Para já, o autarca de Pedrógão Grande também continua em silêncio sobre o caso. Há três meses, o autarca já tinha sido constituído arguido no caso dos incêndios da região centro, processo no qual acabou por não ser acusado de qualquer crime.
A PGR diz que "existe um inquérito onde se investigam irregularidades relacionadas com a reconstrução e reabilitação dos imóveis afetados pelos incêndios", caso esse que tem, "neste momento, 43 arguidos constituídos" e que se encontra "em investigação e está em segredo de justiça".
O grande incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade.
Ao todo ficaram destruídas cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas. Esta sexta-feira, o Parlamento votou a favor de consagrar o 17 de junho Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios.