Matt Hancock, ministro da Saúde do Reino Unido, demitiu-se, este sábado, dias depois de ter admitido que desrespeitou as regras de distanciamento social durante uma relação adúltera com uma assessora.
O anúncio foi feito pelo próprio num vídeo partilhado no Twitter. O político, que ainda esta semana recusara a ideia de se vir a demitir, afirma que "deve honestidade às pessoas, que tanto sacrificaram nesta pandemia, quando as desiludimos".
O tabloide The Sun noticiou na sexta-feira que Hancock, casado e com três filhos, tem um caso amoroso com uma assessora e publicou fotografias dos dois a beijarem-se no escritório do ministro em maio, numa altura em que os abraços entre pessoas de agregados familiares diferentes eram proibidos.
O recrutamento para o ministério da Saúde de Gina Coladangelo, que Matt Hancock terá conhecido na faculdade e que atualmente dirige as comunicações de uma rede de lojas fundada pelo marido, também está a levantar dúvidas.
Um porta-voz do Partido Trabalhista, o principal partido da oposição, questionou se o ministro terá infringido as regras e se houve "conflito de interesse" na nomeação da assessora, que é acionista e diretora da agência de lóbi Luther Pendragon.
"Os ministros, como todo mundo, têm direito à privacidade. No entanto, quando o dinheiro dos contribuintes está em jogo ou são oferecidos empregos a amigos próximos que têm uma relação pessoal com um ministro, isso precisa ser analisado", disse.