Rúben Amorim deixa o seu futuro nas mãos do presidente do Sporting, Frederico Varandas. O treinador revela que colocou o lugar à disposição e sublinha que é o presidente que o segura no cargo e não o contrário.
Em conferência de imprensa, esta quinta-feira, Amorim confirma que conversou com Varandas após a derrota com o Benfica, que ditou o quarto lugar e deixou o Sporting fora da Liga dos Campeões.
"Nas conversas que tivemos com o presidente, a primeira coisa que disse foi que punha o lugar à disposição, devido à falha dos objetivos. Isso foi uma coisa muito clara logo no início da reunião. Eu sei disso, mas se calhar é a única maneira de eu sair do Sporting, porque quando está tudo bem eu nunca quero sair", assinala o técnico leonino.
Para Amorim, é Varandas que o segura e não o contrário. O treinador sente a confiança do presidente, talvez até em demasia:
"De cada vez que o presidente falou e e lhe perguntaram pelo treinador, ele sempre me deu muita confiança, sempre disse que eu sou um dos melhores do mundo, algo com que eu não concordo. Portanto, apenas faço o meu papel. Faço o máximo. Não seguro o presidente, ele é que me segura a mim, porque se ele quiser que eu saia eu vou ter de sair."
Rúben Amorim tem "confiança enorme" no trabalho que desenvolve no Sporting e acredita que a equipa será mais competitiva no futuro. Ainda assim, não esconde que, na próxima época, já entrará sob pressão.
"Já vejo futebol há algum tempo. Sei bem o que vem aí para a próxima época. Acredito que vamos dar a volta à situação e vamos voltar ao nosso normal, porque desde que estamos aqui o nosso normal é ganhar muito mais jogos do que perder. Estou muito confiante que vamos voltar ao normal, sabendo que o futebol é como é e que uma época difícil torna a época seguinte mais difícil e com menos crédito", reconhece.
Chamado a escolher entre Benfica e FC Porto, o treinador do Sporting sublinha que "quem merece ser campeão é quem for campeão":
"Quem não merece ser campeão este ano? O Sporting CP. O Braga fez por isso, o Benfica fez por isso, o Porto fez por isso. Nós tentámos fazer, demos o máximo, não foi falta de esforço, foi falta de capacidade para sermos competitivos. Quem não merece ser campeão este ano é o Sporting."
Os arrependimentos de Rúben
Amorim arrepende-se "várias vezes", no entanto, escolhe um momento em que sente que esteve particularmente mal: as semanas após a venda de Matheus Nunes ao Wolverhampton, no início da época.
"Demorei muito tempo, e a minha responsabilidade é diferente da dos jogadores, a centrar-me outra vez no essencial e andei umas semanas um bocadinho frustrado. Eu diria que esse é o maior arrependimento, porque o que lá vai, lá vai, tudo se resolve. Eu acho que sempre fui assim e naquele momento foi difícil para mim lidar", confessa o treinador, antes de acrescentar que a forma como se processou a venda do médio, mesmo em cima do fecho do mercado, "foi um grande erro e causou bastante dano na equipa e até na relação entre todos no Sporting".
"Demorámos algum tempo para acertar a nossa harmonia e isso sente-se nos jogadores e no dia a dia. Certos momentos também não tivemos sorte. Quando fomos campeões tivemos sorte, este ano não tivemos. Fomos bastante inconsistentes. Não diria que houve um momento marcante ou uma razão, houve vários momentos", acrescenta.
Amorim considera, apesar do insucesso desta época, que "os jogadores viram o que é difícil jogar no Sporting", algo que lhe dá confiança.
O treinador fez a antevisão da visita do Sporting ao Vizela, jogo da última jornada do campeonato, marcado para sexta-feira, às 21h15. Relato em direto e acompanhamento ao minuto na Renascença.